Textos Básicos
Aprendizagem Dialógica e Economia Solidária em Assentamento Rural: Mulheres Tecendo sua Autonomia
Autores: Kelci Anne Pereira, Carolina Orquiza Cherfem, Paulo Eduardo Gomes Bento, Roseli Rodrigues de Mello e Andreliza César Oliveira.
Resumo: Este trabalho refere-se a um projeto de extensão universitária, desenvolvido pelo NIASE/UFSCar com um grupo de mulheres assentadas. Objetiva a autonomia feminina, por meio do respaldo ao trabalho autogestionário e solidário, bem como da criação de espaços culturais e educativos às questões de gênero e promoção do aumento da escolaridade feminina. O referencial teórico-metodológico é o da aprendizagem dialógica, baseada na dialogicidade de Freire e ação comunicativa de Habermas. Transformações e obstáculos dialetizam como resultados desse processo, evidenciando a possibilidade histórica e as dificuldades para superar desigualdades sociais e promover a reprodução ampliada da vida nos assentamentos.
APRENDIZAGEM DIALÓGICA NA EDUCAÇÃO DE PESSOAS JOVENS E ADULTAS: ENTRELAÇANDO EXPERIÊNCIA E EDUCAÇÃO
Autora: Juliana Franzi
Autoras: Juliana Franzi, Fabiana Marini Braga, Carolina Cherfem, Roseli Rodrigues de Mello, Kelci Anne Pereira
Resumo: Neste artigo focalizamos a Educação de Jovens e Adultos (EJA), sob o olhar da perspectiva de aprendizagem dialógica, pautada na teoria da ação comunicativa de Habermas e na teoria da dialogicidade de Freire. Tais conceitos apontam para o diálogo como práxis, fundamental à aprendizagem, à constituição do desenvolvimento humano e à democracia; possibilitam a crítica ao modelo de EJA dominante, que discrimina as pessoas adultas com base em preconceito com relação à inteligência adulta; oferece, ao mesmo tempo, instrumentos para superar esse modelo. Nessa perspectiva é que vimos nesse artigo apresentar a EJA enquanto um sistema escolar cultural e não-escolarizante, que garanta a compreensão de seus sujeitos como sujeitos de direitos: educação, moradia, alimentação, emprego, etc. Para tanto, a escolarização nessa modalidade de ensino deve se pautar nas habilidades práticas e comunicativas que já possuem os/as educandos/as, de modo a lhes conferir o direito de se fazerem e se refazerem no mundo. Ao abordarmos a Educação de Pessoas jovens e adultas dentro de uma perspectiva dialógica e crítica, recuperarmos sua função transformadora, sua função de anúncio.
Autoras: Fabiana Marini Braga e Jarina Rodrigues Fernandes.
Resumo: Este trabalho apresenta pesquisa bibliográfica sobre temas, abordagens e proposições de 79 artigos referentes à Educação de Jovens e Adultos (EJA) disponíveis em periódicos brasileiros indexados na base SciELO (2010-2014). Chama a atenção o quantitativo de publicações do quinquênio superar o da década anterior e a concentração de textos voltados à escolarização. Dentre as proposições, está a de uma política de Estado para a EJA, da Alfabetização ao Ensino Médio, considerando os diferentes contextos marcados pela diversidade, e de oferta/aprimoramento de formação docente. Dentre os temas emergentes, destacam-se: Educação Profissional integrada à Educação Básica; Educação na Prisão; e Educação e Saúde. Identificou-se a presença pouco significativa em relação a Arte, Educação Ambiental e História, com silêncio em Tecnologias da Informação e Comunicação e Geografia. A Educação Popular aparece discretamente, contudo, a problematização de questões teórico-metodológicas remete à reflexão sobre seus princípios na contemporaneidade.
Autores: Adriana Fernandes Coimbra Marigo – UFSCar (Coordenação)
Vanessa Cristina Girotto Nery – UNIFAL-MG
Alexandre Monte – SME-São Carlos, SP
Resumo: Este painel tem o objetivo de apresentar a Tertúlia Literária Dialógica (TLD) como potencial espaço para a criação coletiva do conhecimento em diferentes contextos de educação de jovens e adultos (EJA). Trata-se de uma atividade cultural e educativa desenvolvida a partir da leitura dialógica em torno de livros de literatura clássica universal. Concebida para o enfrentamento dos desafios da sociedade contemporânea, a TLD se apoia nas contribuições teóricas advindas de autores de diferentes áreas de conhecimento, tais como a filosofia (Habermas), a sociologia (Beck), a psicologia (Vygotski) e a educação (Freire), propondo superar as barreiras socialmente interpostas pelas condições de classe social, gênero, raça/etnia, escolaridade, deficiências, etc. O primeiro trabalho parte dos indicadores de analfabetismo do segmento populacional brasileiro de idade mais avançada e situado nas camadas sociais com menores rendimentos, apresentando resultados de pesquisa realizada em 2015, em biblioteca situada na periferia de uma cidade do interior paulista. O segundo trabalho considera os desafios dos processos de ressocialização propostos no sistema carcerário brasileiro, relatando a experiência de TLD desenvolvida em 2018 e 2019, em uma Unidade Prisional de cidade do interior mineiro, entre as atividades de extensão propostas por universidade ali situada. O terceiro trabalho ressalta a necessidade de desenvolver a leitura dialógica em salas de aula da EJA, revelando a perspectiva profissional da experiência de desenvolver tertúlias literárias dialógicas, desde 2010, em uma escola situada em cidade do interior paulista. As conclusões dos três trabalhos corroboram com as indicações da potencialidade da TLD como espaço democrático, no qual todas as pessoas podem exercer seu direito de acesso às obras de literatura clássica universal, criando e recriando coletivamente seu conhecimento, em contexto favorável ao diálogo, à aprendizagem da leitura, à reflexão crítica sobre os textos lidos e à expressão de suas diferenças culturais.
Autoras: Adriana Marigo, Roseli Rodrigues de Mello e Sabrina Amorim.
Autora: Carolina Orquiza